Há textos que merecem ser partilhados, e este é um deles (pelomeos eu achei)... obrigada Rita por teres partilhado comigo!

" A saudade sabe a ti... transporto na minha boca o teu sabor, que se desfaz devagarinho, como um doce, um caramelo que se pega aos dentes.

O teu corpo? Esse ficou colado ao meu para sempre... já desisti de tentar libertar-me dele.

Os meus passos solitários nas escada, na calçada, esses vivem assombrados pelos teus!

Acordo todos os dias a pensar que é hoje... que vou conseguir começar de novo... mas toda a casa tem ainda o teu perfume, a almofada perdeu a tua forma, mas eu vojo-a lá!

Oiço as tuas palavras sussurrados nos meus ouvidos, mas tu não estás aqui... ninguém está aqui... a não ser eu e a minha solidão.

Au! Doem-me partes do corpo que eu não sabia ter... a alma fugiu-me e nunca mais a vi!

Estou tão nua como a criança acabada de nascer, erro pelos dias, pelas noites, numa enorme confusão entre as memórias do que fomos e o que nunca aconteceu e eu sonhei...

Estou cansada amor! Tão prostrada que não tenho alento para as coisa mais simples e pergunto-me como vou continuar viva... se tu partiste e levaste um pedaço de mim tão grande que me sinto cortada ao meio... metade de mim foi contigo e por isso que faço eu agora aqui? "

Luísa Castel - Branco